terça-feira, 7 de outubro de 2008

A moda das certificações – felizmente que algumas valem mesmo a pena!



Hoje em dia quase todos os rótulos têm um símbolo, ou vários, que nos chamam a atenção, por serem normalmente pequenos, terem uns números ou umas letras e alguns deles até mesmo estarem escritos noutra língua que não o português. Com a generalização do consumo, e o avanço da utilização da tecnologia na produção de bens, começou a sentir-se a necessidade de diferenciar os produtos bons dos outros menos bons, e terá sido eventualmente esse o ponto de viragem para o investimento na certificação de produtos. Com certeza se lembram da pasta de dentes que era recomendada pela Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária, ou da manteiga que era recomendada pela Fundação Portuguesa de Cardiologia, entre muitas outras. Na verdade, estamos a falar da associação de um nome ou de uma marca a um determinado produto, para que daqui se conclua que este é de confiança, de qualidade ou até melhor que qualquer dos outros seus concorrentes. Num processo mais ou menos semelhante, começaram a ser trazidos para o mercado, alguns princípios de normalização, usados há muito entre a comunidade científica para a troca de conhecimento e experiências. Esta normalização permite tornar comparáveis, vários processos e produtos, levados a cabo em situações, ou mesmo países diferentes. Na Europa, foram sendo desenvolvidos vários sistemas de normalização e criadas normas, vulgarmente conhecidas por EN, ou mesmo até começadas por ISO (International Organization for Standardization) Organização Internacional de Estandardização, que são hoje muito comuns e algumas mesmo muito conhecidas.

Muitos são hoje os sistemas criados para certificar tudo e mais alguma coisa. Há uns tempos escrevi aqui sobre a Certificação Energética de Edifícios, obrigatória para todos os edifícios a partir de Janeiro de 2009, e levada a cabo por via governamental através da ADENE – Agência nacional de energia. Mas além deste sistema, muitos outros são hoje usados pelos agentes económicos, para de alguma forma se tentarem distinguir uns dos outros. Muitas vezes para o cidadão comum, essa diferenciação é impossível, porque não só os sistemas e selos de qualidade e certificados são tantos e todos tão diferentes, que além de ser imperceptível, penso que começa a ser já hoje, infelizmente, pouco valorizado. Mas no meio de tantos sistemas destes, há alguns que se destacam pela sua qualidade, pela sua importância ao nível do que representam em termos de responsabilidade social das empresas, e mesmo até pela sua actualidade, e tentativa de liderar o mercado pelo lado da qualificação da oferta, integrando as melhores tecnologias disponíveis a vários níveis.

Na Europa, uma organização, BRE – Building Research Establishment (Organização de Investigação em Edifícios) lidera há vários anos um processo de Certificação que visa reduzir os Impactes dos projectos no ambiente, envolvendo já cerca de 100.000 edifícios certificados e tendo cerca de 700.000 em lista para serem auditados e certificados. (http://www.breeam.org/) Trata-se de um processo de certificação complexo e diversificado, que se aplica a edifícios de utilizações tão diferentes como habitação, escritórios, tribunais, unidades industriais, prisões, Centros Comerciais e Grandes Superfícies Comerciais, escolas, auditórios, entre outros. Através da análise de um largo conjunto de itens como a gestão, o uso e consumo de energia, a saúde e bem-estar, a geração de poluição nomeadamente do ar e água, os transportes, o uso do solo, as questões da ecologia, o balanço de materiais e análise do seu ciclo de vida e o consumo e uso eficiente da água, é atribuída uma classificação ponderada aos edifícios auditados. O resultado final é largamente difundido pelas pessoas para que possam saber o real impacte de cada um destes projectos, ao mesmo tempo que eles são enriquecedores do ponto de vista das cidades e vilas onde se desenvolvem, por serem uma efectiva mais-valia do ponto de vista ambiental.


Tendo sido considerado o melhor sistema mundial de classificação de Edifícios, é um desafio que se coloca indubitavelmente a uma região como a Margem sul do Tejo, onde tantas novas intenções de projectos se estão actualmente a prospectivar, e algumas mesmo até a concretizar. Espero que no meio das certificações tão badaladas e que os promotores muito gostam de referir, tendo muitas delas interesse apenas para os próprios, se comecem também a apontar baterias para exigir processos de certificação que defendem acima de tudo o interesse das cidades onde estes se vão inserir.

Nuno Banza

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

O meu testemunho sobre a Candidatura do Pedro Passos Coelho no PSD



Gosto de pensar que é possível mudar para melhor. Ter objectivos claros e ambiciosos, lutar por sonhos e combater a resignação! Porque acredito numa sociedade justa e democrática, reformista nas ideias e nos conceitos, que não se contenta com a redutora ideia de desenvolvimento, mas antes aposta na inovação e no conhecimento como base para a construção de um futuro de sucesso. Defendo classes criativas e empreendedoras, funcionais na diversidade e autónomas. Acredito que só um conceito renovado de sociedade, liberal e solidária, dará a Portugal e aos Portugueses a força e a determinação de se tornarem competitivos e encontrarem o seu espaço no seio de uma nova Europa.

Porque é dentro do PSD que Pedro Passos Coelho defende e procura, que encontro a resposta a estas ideias, é a ele que darei duplamente o meu voto, não só porque acredito que ele será o próximo presidente do PSD, mas porque espero e desejo que venha a ser em 2009 o próximo Primeiro-Ministro de Portugal.


Nuno Banza